Como o brasileiro lida com o dinheiro?
O brasileiro possui uma relação complexa com o dinheiro. Mais do que uma questão de números, planilhas e cálculos, o tema envolve emoções, crenças culturais e até tabus. Pesquisas recentes mostram que 97% dos brasileiros afirmam ter dificuldades em lidar com o próprio dinheiro, e quase metade evita pensar no assunto para não se sentir triste (VALOR INVESTE, 2020). Esse comportamento revela que a educação financeira, embora mais acessível nos últimos anos, ainda enfrenta barreiras emocionais e sociais.
O Dinheiro e as Emoções
Grande parte da população associa o dinheiro a sentimentos negativos, como medo, insegurança ou culpa. Muitos evitam organizar suas finanças porque têm receio de encarar dívidas e gastos descontrolados. Esse fenômeno é um obstáculo tanto para o controle das despesas pessoais quanto para o desenvolvimento de pequenos negócios.
O empreendedor brasileiro, por exemplo, muitas vezes começa seu negócio por necessidade e não por planejamento. Sem reservas financeiras, acaba misturando contas pessoais com empresariais, o que compromete a sustentabilidade do empreendimento.


O Desafio da Educação Financeira
Com a popularização da internet, nunca se falou tanto sobre finanças pessoais e investimentos. YouTubers, cursos online e influenciadores têm democratizado o acesso à informação. No entanto, informação sozinha não basta: é preciso mudança de mentalidade.
O estudo mostra que muitos brasileiros acreditam que “investimento é coisa de rico”. Esse imaginário limita o acesso a oportunidades de crescimento financeiro. Além disso, existe a crença imediatista: “viver o hoje e deixar o amanhã para depois”. Tal postura explica porque muitos acabam endividados, sem planejamento de longo prazo.


Finanças Familiares e Empreendedorismo
A família exerce forte influência na forma como lidamos com o dinheiro. Há lares onde falar de finanças é tabu, mas também há famílias que compartilham experiências e aprendizados. O problema é que, muitas vezes, os mais jovens reproduzem a baixa autoestima financeira das gerações anteriores.
No contexto do empreendedorismo, esse fator é determinante: sem referências positivas de gestão financeira, muitos microempreendedores acabam caindo em ciclos de endividamento. Porém, quando conseguem romper esse padrão, há espaço para inovação, disciplina e crescimento sustentável.


O Caminho para o Futuro
Romper com o tabu do dinheiro exige uma espécie de “terapia financeira”, começando desde a infância, com uma educação voltada para consumo consciente e planejamento. Para o brasileiro médio e para os empreendedores, isso significa aprender a:
1. Separar contas pessoais das empresariais.
2. Registrar receitas e despesas com clareza.
3. Criar metas financeiras realistas.
4. Pensar no futuro sem abrir mão de viver o presente de forma equilibrada.
Empreendedores que adotam essas práticas conseguem não apenas manter seus negócios vivos, mas também gerar impacto positivo em suas famílias e comunidades.


O brasileiro lida com o dinheiro de forma ambígua: ao mesmo tempo em que tem medo de falar sobre o tema, é otimista em relação ao futuro. Essa dualidade reflete-se tanto na vida pessoal quanto no mundo do empreendedorismo. O desafio está em transformar essa esperança em ações concretas de educação financeira, planejamento e disciplina.
Só assim será possível quebrar o ciclo de dívidas, desenvolver negócios sólidos e conquistar autonomia financeira. Afinal, lidar bem com o dinheiro não é apenas uma questão de matemática, mas de autoconhecimento, cultura e mudança de mentalidade.
Referência:
VALOR INVESTE. Brasileiros ligam finanças pessoais a sentimentos ruins e perpetuam tabu sobre dinheiro. 2020. Elaborado por: Weruska Goeking. Disponível em: https://valorinveste.globo.com/educacao-financeira/noticia/2020/11/10/brasileiros-ligam-financas-pessoais-a-sentimentos-ruins-e-perpetuam-tabu-sobre-dinheiro.ghtml. Acesso em: 05 ago. 2025.
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